O gosto pela aventura começou muito cedo, desde os meus tempos de menino, quando com meus pais subi por 3 vezes o maciço da Pedra Branca até o cume da Pedra do Ponto, porém nunca tinha ido efetivamente até o Pico da Pedra Branca, bem ali pertinho, talvez por falta de oportunidade. O tempo passou, mas a vontade de conhecer o maior pico da cidade continuou, até que em outubro de 1990 a oportunidade surgiu, pois uma faixa num posto de gasolina, convidava a todos para a subida do mesmo. Assim Eu, Thiago (meu filho), meu sobrinho Rafael(Iéio) e seu pai(Marinho) e meu amigo de fé e irmão camarada Herbert, amigo de tantos caminhos e tantas jornadas, juntamente com seu filho Rafael(Leleu) iniciamos verdadeiramente a paixão pela aventura que dura até hoje, praticamente foi nesta caminhada onde tudo começou.
O Pico da Pedra Branca ponto culminante da cidade do Rio
de Janeiro, com 1024 m de altitude está localizado no parque que leva seu nome.
Situado na Zona Oeste da cidade, o Parque Estadual da Pedra Branca foi criado
em 1974 e é o maior parque natural urbano do mundo, com área de 12.500
hectares, e para se ter uma idéia que não é pouca coisa, ele possui uma área
quase 3 vezes maior que o Parque Nacional da Tijuca. O parque foi criado para
proteger os resquícios da nossa Mata Atlântica e nele encontramos além do Pico
da Pedra Branca, as represas do Camorim e do Pau da Fome, um antigo aqueduto,
antigas fazendas coloniais e um importante patrimônio arquitetônico, com a
Capela de São Gonçalo do Amarante, construída em 1625, a Igreja de Nossa
Senhora de Monserrat, de 1776, e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São
Boaventura, construída por volta de 1730.
No dia
marcado, estávamos nós lá, com um grupo de mais de 50 pessoas, de idades
variadas, Thiago com apenas 6 anos, comandados por um guia de nome Mariano,
morador da área e conhecedor profundo de todas as parte do parque.
A trilha
efetivamente começou pela localidade conhecida pelo nome de Viegas no Bairro de
Bangu e ao longo do caminho atravessamos sítios com plantações de hortaliças,
laranjas e muita banana, encontramos vários riachos e pequenas cachoeiras e
alguns mirantes. Depois de aproximadamente 2 horas de caminhada, paramos para
descansar e comer algo num local conhecido como “Caixinha”, reservatório
construído pela antiga Fabrica Bangu para captação de água para suas
instalações industriais. Seguimos em frente, sempre por trilhas ora floridas ou
com muitos e deliciosos frutos de amora silvestre, espécie endêmica na região.
Chegamos ao cume do Pico da Pedra Branca após quase 5
horas de caminhada, com os pequenos Thiago e Rafael firme e forte, esses
baixinhos foram guerreiros mesmo. Lá existe uma grande pedra de cerca de 3
metros de altura, que parece que foi cuidadosamente colocada aí só para que o
Pico da Pedra Branca ficasse maior que o Pico da Tijuca, já que a diferença
entre os dois é de exatamente 3 metros. No alto dessa pedra tem um marco de
cimento marcando o ponto mais alto da Cidade do Rio de Janeiro e
conseqüentemente o mais alto de todo parque. É uma diversão a parte subir na
pedra, ver os outros escorregando além de apreciar o visual lá do alto da
pedra, que sinceramente não é grande coisa, dá apenas para ver o Maciço de
Gericinó, Maciço do Tinguá, Campo Grande, parte da baixada fluminense e uma
linha de montanha ao fundo que é a Serra dos Órgãos ao norte vislumbramos desde
o Recreio até a Restinga da Marambaia ao sul.
Ficamos ali
por cerca de 1hora, tiramos muitas fotos e resolvemos retornar, pois devido ao
grande número de pessoas, o Mariano temia que chegássemos lá embaixo na
escuridão, o que não ocorreu, pois chegamos ainda com o dia claro. Terminava
ali esta aventura, mas começava outra bem maior que dura até hoje.
Resolvi escrever este artigo, por
se tratar de um marco na história do Tô Perambulando, pois como relatado
anteriormente, foi aí que tudo começou. Valeu Herbert, pela amizade e pelas
aventuras que vivemos e que com certeza viveremos ainda mais, e que o site
continue bombando. Um abraço.