domingo, 11 de maio de 1997

GRUTAS DO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA - RJ




Em maio de 1997, Eu e meus filhos, juntamente com o Herbert e minha sobrinha e mais quase uma dezena de crianças com seus pais, realizamos no Parque Nacional da Tijuca uma aventura estilo Indiana Jones, percorrendo as grutas no interior da Floresta. O circuito das Grutas é uma trilha de nível moderado e começa no Restaurante "A Floresta" dentro do parque. Neste local por vezes famílias de quatis já acostumadas com o movimento passeiam sem se importar com a presença de humanos. O circuito segue por uma trilha tranquila, porém o acesso a algumas grutas se faz em terrenos irregulares que necessitam de mais atenção e em aclives acentuados para alcançarmos as cavernas que se localizam no topo das rochas. Mas tendo calma e tomando todos cuidados, não temos com que se preocuparO importante é interagir totalmente com a natureza ao nosso redor e sem pressa explorar e admirar toda aquela beleza que ela nos oferece, sempre em contato com uma variedade de aves e outros pequenos animais, além de uma diversidade fantástica da flora característica dessa área. A todo momento interagimos também com magníficas formações rochosas de granito e gnaisse, originadas a milhares de anos através de deslizamentos, ação do tempo e erosão, passamos por enormes paredões utilizados para treinamento de escalada e cavernas que durante 24 horas por dia convivem na penumbra e total escuridão, e grutas que nos surpreendem pela sua forma, grandiosidade e beleza. São cavernas próximas uma das outras, onde primeiro visitamos a Gruta do Belmiro, fantástica pelas suas enormes dimensões e com várias aberturas, incluindo andares superiores; e logo a seguir a Luis Fernandes que fica bem em frente. Em seguida a trilha nos leva às grutas Bernardo de Oliveira e do Morcego, sendo esta última certamente a mais impressionante, pois possui um grande salão que se revela ao visitante quando a adentra por uma pequena abertura na rocha. A Gruta dos Morcegos é a segunda maior em extensão do Parque e a maior em termos de altura, a gruta é uma grande cavidade formada por uma imensa fratura, com largura variável de 8 a 15 m, sendo considerada a segunda maior gruta de gnaisse do Brasil, o que a faz receber, ocasionalmente a visita de universitários dos cursos de geologia e geografia. No teto da gruta existe uma pequena abertura, permitindo a entrada de raios solares durante algumas horas do dia. Sua entrada, muito estreita, só permite a passagem de uma pessoa abaixada, tendo um orifício no lado direito onde era colocado um archote para orientar o caminho de trabalhadores ou de escravos no século XIX. Existe, na parte superior dessa gruta, uma fenda que permite a renovação constante do ar que sai pela entrada da gruta bem mais frio do que quando entrou pelo teto. Essa mesma abertura permite em certos horários, a entrada da luz do sol como se fosse um holofote, nessas ocasiões a gruta fica ainda mais bonita. Durante o horário de verão, essa conjuntura ocorre por volta de 13h30, sendo um fenômeno que vale a pena ser observado. Alguns tipos de insetosmoluscos e aracnídeos vivem dentro da gruta, sendo facilmente observáveis com uma lanterna, observamos no teto alguns morcego dependurados, tirando aquela soneca, hehehehehe. Seguimos depois para a Gruta do Archer, grande e com múltipla cavidade, é formada por justaposição de grandes blocos e lajes de gnaisse em forma de um grande “V” invertido, no interior do qual se localizam cinco passagens subterrâneas, além de oferecer duplo acesso interior. O teto está a 15 e 23 m de altura e sua localização está a 1 km da Estrada Major Archer, no inicio superior da trilha das Grutas, no Morro do Archer. A trilha continua até a área da Gruta Surucucu (ou Sucuri), com uma pequena cavidade produzida por fratura rochosa, formando uma sala onde, em 1944, foi construída uma mesa de concreto e bancos para uso dos visitantes e finalizamos o percurso na Gruta Paulo e Virgínia, que é um abrigo sob rochas que se caracteriza pela sobreposição de matacões localizados próximos da Gruta Surucucu. Ela é formada por blocos de biotita-granito. O nome desta gruta foi dado pelo Barão de Escragnolle, em homenagem aos personagens do poema Paulo e Virgínia, de autoria do escritor francês Bernadin de Saint-Pierre (século XVIII). Terminamos o dia feliz e as crianças mais ainda por ter participado dessa emocionante aventura.
DICAS: As Grutas Bernardo de Oliveira, Luis Fernandes e a Caverna dos Morcegos são roteiros indicados para todas as idades, inclusive crianças. E não esquecer de levar lanterna.