Depois de vários adiamentos, finalmente no dia 30/05/2013, feriado de Corpus Christi, após exatamente 6(seis) anos, Eu e o Herbert conquistamos pela segunda vez o Pico do Escalavrado. Nesta escalaminhada estavam presente também Diego e Vagner, que pela primeira vez subiram esta montanha, e como diz o velho ditado, a primeira vez a gente nunca esquece, e o João Sergio, nosso amigo e guia nessa expedição, que não lembra mais quantas vezes ascendeu o Escalavrado.
Deixamos o carro estacionado no Posto Garrafão e caminhamos aproximadamente 2 Km pela Estrada Rio-Teresópolis até o local onde realmente começa a trilha. Começamos a aventura exatamente as 09:00 horas, e no inicio passamos por um pequeno trecho de mata, intercalada por subidas íngremes na rocha, porém com boa aderência e logo alcançamos o nosso primeiro obstáculo, um lance de aproximadamente 30 metros que intercalava passagens de 1º e 2º grau onde o uso do equipamento de segurança se fez necessário, sobretudo para dar mais autoconfiança aos participantes, e o nosso impagável amigo João foi a frente para fixar a corda. Depois ascendemos um pouco mais, passando num local chamado de floresta, segurando na vegetação existente e em fendas nas pedras até alcançarmos a primeira crista, conhecida como pedra da Baleia ou Lombo do Burro, em alusão ao formato que parece muito com o dorso do animal, não era muito íngreme, porém tinha uns dois metros de largura por uns trinta de comprimento e um imenso abismo de ambos os lados. O João subiu a crista mais uma vez até onde o comprimento da corda alcançou, sempre com toda segurança, prendendo sua extremidade ao caule de uma árvore, formando assim uma espécie de corrimão, nos dando uma enorme tranqüilidade para ultrapassagem de mais este obstáculo. Neste trecho da trilha já avistamos toda imponência do Dedo de Deus, dos Dedinhos, Cabeça de Peixe e Verruga do Frade.
Dali olhando para cima, vislumbramos a quase infinita crista do Escalavrado e para os lados um fantástico visual, com o vazio dos vales com matas exuberantes e uma bela cadeia de montanhas. Subimos mais um pouco até a chegarmos a segunda crista, esta um pouco menor, mas em compensação mais íngreme.
De novo o João seguiu na frente, prendendo a corda para usarmos na subida, a partir desse ponto uma pequena caminhada nos levou ao cume, chegando precisamente ás 12:00h, ou seja, três horas após a partida. Cabe ressaltar a ocorrência de uma baixa, pois o Iron Man Diego alegando dor na panturrilha não conseguiu atingir o topo do Escalavrado. Pra ele não valeu aquele velho slogan “só o cume interessa”, hehehehehe. Muito mistério a ser desvendado nesse episódio. Após os tradicionais cumprimentos pela conquista de mais uma montanha, sentamos para lanchar, assinar o livro de cume e descansar um pouco.
A vista do cume do Escalavrado é simplesmente fantástica, de um lado o majestoso Dedo de Deus, o Dedo de Nossa Senhora, Garrafão, São Pedro, a Pedra do Sino e bem ao fundo um trecho das montanhas que fazem parte da famosa travessia Petrópolis - Teresópolis, tudo emoldurados pela exuberante mata do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. De outro, lá em baixo, a cidade de Niterói, do Rio de Janeiro e a baia da Guanabara. Indescritível.
Curtimos muito aquele local, e percebemos que algumas nuvens começavam a aparecer entre as montanhas, e não queríamos ser pego de surpresa, como na vez anterior, resolvemos então iniciar a descida, porque não há nada pior do que descer aquela montanha com neblina e chuva. Mais abaixo encontramos novamente o Diego e realizamos a descida da primeira crista efetuando técnica de rapel, aliás todo retorno em pontos onde era necessário utilização de equipamento de segurança, utilizamos o rapel. Chegamos a segunda crista, a mais longa, e desta vez o Herbert foi na frente para dar segurança na parte de baixo da corda, já na base da crista, em seguida Vagner , Diego e Eu, agora sob intensa neblina, a tal ponto de não ter nenhuma visibilidade entre o começo e o fim da crista. O João ficou para soltar a corda e quando ele estava descendo, como num passe de mágica o tempo ficou novamente todo limpo, sinistro o tempo aqui por essas bandas. Continuamos a descida até chegarmos ao ponto em que fizemos a primeira escalada com a ajuda da corda, na subida, e que foi realizada na maior tranqüilidade, ao contrario do ocorrido a seis anos atrás, que foi o maior tormento, acho eu de todos esses anos de aventuras, quando realizamos esse trecho chovendo, à noite e principalmente sem segurança alguma, felizmente a mão de Deus, melhor o Dedo de Deus, que estava ali ao lado nos guiou e nada grave aconteceu. Voltamos a civilização cansados, mas felizes por mais esta conquista. A parte crucial de toda aventura foi a volta ao local onde estava estacionado o carro, ufa. Ainda bem que não trabalhei no dia seguinte.
Aqui faço um alerta: Anorak e lanterna são fundamentais dentro da mochila de qualquer montanhista. Você só vai saber a falta que esses equipamentos fazem quando precisar e não os tiver, e em montanha com muitas subidas em pedras, um calçado próprio, com boa aderência é imprescindível, bem como filtro solar em dia de sol forte.
1ª conquista ver relatório completo no site http://toperambulando.com.br/
