Domingo
ensolarado, foi um dia perfeito para esta maravilhosa caminhada pela Ilha de
Itacuruça. Me arrependeria redondamente se não tivesse ido ao encontro dos meus
amigos da Zona Oeste. A
pequena Itacuruçá, distrito de Mangaratiba, é o ponto de partida para passeios de saveiro que levam ao arquipélago formado pelas ilhas de Jaguanum, Martins e Itacuruçá, ou para os amantes
de trilhas, pois a vantagem desses aventureiros de pé no chão é de poder sentir
plenamente o contato com a natureza, que neste percurso nos proporciona muitas paisagens de tirar o fôlego.
Depois de estacionar o
carro, encontrei os amigos na pracinha situada em frente ao cais e após os
acertos para a travessia até a ilha, embarcamos com muita descontração num pequeno
taxiboat até a Praia da Flecheira. Já na ilha, começamos a trilha no sentido
anti-horário e logo de cara contemplamos o belo visual do canal de Itacuruça com
suas águas verdes típicas dessa região e com muita movimentação de barcos e
saveiros, num vai-e-vem constante, o que já era esperado, devido ao último dia
de férias para muita gente e proximidade do carnaval. Depois de alguns minutos
caminhando por um trecho preservado e belo, porém pavimentado com uma cobertura
de concreto, chegamos a primeira praia de nome “Bartel”, praia de grande beleza
e extensão, possui uma estreita faixa de areia clara, águas tranquilas e verdes
que convidam a todos para um mergulho. É cercada por grande área verde,
coqueiros fazem sombra para os que querem descansar. Conta com diversas casas
de veraneio próximas a orla e costuma ser pouco frequentada por turistas, já
que as diversas construções próximas tornam essa praia quase que particular. É
um bom lugar para relaxar, repor as energias perdidas na correria do dia-a-dia.
Com tanta beleza, não há quem resista a um mergulho nas águas cristalinas dessa
praia. Nós resistimos e
seguimos em frente até a Praia da Guarda, situada bem
em frente a Ilha Jardim. Esta praia de pequena extensão, possui uma estreita
faixa de areia, mar calmo de águas
esverdeadas, muito propício para o banho. Também com diversas casas de
veraneio, é caracterizada por ser uma praia de pouco movimento. Para o
visitante que deseja conhecer o lugar, é indicado que leve alimentos e bebidas
para garantir um dia tranquilo na praia.
Seguimos ora pela
areia, ora pela trilha em plena Mata Atlantica, embora ainda houvesse muitas
casas pelo caminho até à Praia Grande, como esperávamos estava lotada. Com uma
boa faixa de areia clara, possui mar calmo, ótimo para o banho. É cercada por
grande área verde, como a maior parte das praias da região. É considerado um
bom lugar para se conhecer, mas os que gostam de tranquilidade devem evitar a
alta temporada. Com boa infraestrutura, conta com quiosques e restaurantes, que
servem diversos pratos e petiscos. O turista pode contar também com algumas
pousadas localizadas no lugar. É um ótimo lugar para a família, que pode
aproveitar um belo dia na praia com o conforto de ter tudo próximo. Nesta praia pude reencontrar a família de meu
amigo e ex-vizinho Ailton, que resolveram morar por lá. Continuando paramos
para lanchar e felizmente para o primeiro banho de mar na belíssima Praia da
Fazenda, situada no final da Praia Grande. Mar de águas calmas, cristalinas e
esverdeadas, realmente um colírio para os nossos olhos e revigorante para o
nosso corpo castigado pela alta temperatura proporcionada pela astro-rei. Ainda
tivemos o privilégio de nos banharmos num pequeno riacho que desemborca na
praia.
Depois do estômago
forrado, e revigorados pelo banho e pela beleza dessa praia, prosseguimos em
direção a Prainha até o lado sudeste da ilha, agora subindo uma íngreme e bem
demarcada trilha, e, como sempre muito agradável, já que havia lugares em que
caminhávamos a poucos metros do costão onde as ondas da Baía de Sepetiba batiam
serenamente. Nesta parte da trilha era possível ver claramente a Restinga de
Marambaia, ao longe o maciço do Parque Estadual de Cunhambebe e também as
embarcações que passavam de um lado para outro. Na linda Prainha,
encontramos centenas de barracas armadas na área em frente a praia, uma
verdadeira muvuca com vários grupos
acampados, já esperando o carnaval. Uma pena, não podermos desfrutar de um
gostoso banho em uma das praias mais bonita da ilha, pois a freqüência neste
local não era das melhores. Passamos batido e quase as 13h chegávamos à outrora
desabitada Praia da Maria Russa, pois para os conhecedores do local não havia
nesta praia nenhuma construção, agora existe um barzinho montado onde encontramos
comes e bebes diversificados. Para muitos uma decepção, pois o charme da praia era
justamente seu estilo mais primitivo. Confesso que não conheci esta praia
antes, sempre prefiro a natureza, porém me senti em pleno Caribe, desfrutando
daquele mar exuberante, água transparente e morna e de cor esverdeada, com
aquela mata densa em seu entorno, cheia de coqueiros e ainda ouvindo música
caribenha, realmente divinal.
Curtimos um bom tempo
aquela praia, alguns membros do grupo até tiraram um cochilo na sombra
proporcionada pelas amendoeiras e antes de partimos fui conhecer e tomar um
banho numa pequena cachoeira formada por um riachinho que desce da montanha.
Às 14h30 saíamos dali
em direção à Praia de Águas Lindas, verdadeiro povoado num dos lugares mais ermos
da
ilha, praia com 600 metros de extensão, com atracadouro para embarcações,
inclusive saveiros cheios de turistas que aportam ali para mergulhar e nadar em
suas águas cristalinas. Embora com habitações de padrão construtivo mais
elevado, também ali o adensamento se mostra cada vez mais caótico. Assim,
paramos apenas para comer e beber mais alguma coisa e seguir em frente. Vinha
agora o trecho mais pesado e cascudo da caminhada, a travessia da cumeeira
insular. Por sorte, vez por outra soprava um vento bem fresco, o que nos ajudou
a vencer o desnível de aproximadamente 330 metros de altitude. Também a sombra
da exuberante mata dos trechos mais altos contribuiu para melhorar nossa
motivação.
Chegamos de volta à
Gamboa às 18h, percorrendo esse que é o maior povoado da ilha em mais 20
minutos até o local de embarque para voltar ao continente.
Considerações
finais:
Com diversos pontos turísticos, a cidade de
Itacuruçá possui muitas praias, ilhas e alguns lugares históricos. Dentre suas
praias podemos destacar a Praia Grande, uma das mais movimentadas da região,
abrigando quiosques e pousadas. As ilhas e cachoeiras são outro atrativo à
parte, e costumam receber muitos turistas. Igrejas e uma antiga estação
ferroviária que hoje abriga um centro cultural também são bons pontos de
turismo. Por ser próximo da capital, Itacuruçá é um bom lugar para se visitar,
saindo da rotina e conhecendo novos ambientes, sem precisar ir muito longe.
Notei, como já imaginava encontrar, um
crescimento explosivo de ocupações desordenadas no traçado da trilha, pois em
toda orla brasileira acontece isso. Muitas delas aparentemente irregulares,
sendo grande parte das construções de baixo custo, algumas inclusive invadindo
o traçado da trilha.
Fora isso, é um lugar tranquilo e acolhedor,
pois o município costuma receber diversos visitantes durante o ano,
principalmente durante o verão. Muitos provenientes da capital do Estado, que
encontram aqui a oportunidade de relaxar distante dos grandes centros.
Destaco aqui o alto
astral do grupo, formado além de mim, do Paulinho, do Carlos, do João Sergio,
do Ivo e da Leila, a única representante do sexo feminino. Finalizando posso
afirmar que esta foi uma caminhada memorável. Também pela beleza do lugar, não
podia ser diferente.
DICAS
-Ônibus: Rio de
Janeiro / Itacuruçá: A melhor pedida é ir de ônibus da capital até
Itacuruçá. Atualmente a empresa que faz esse trajeto é a Expresso. Ela vai da
capital até Mangaratiba, parando em vários distritos (como Itacuruçá e
Muriqui). Não sei o preço.
-Estacionar carro
somente em local permitido, pois multas e reboques ocorrem a todo momento.
-Preço dos barcos por
pessoa para a travessia até a Praia das Flecheiras ou Gamboa é de R$ 3,00.
-De volta à cidade,
escolha um dos quiosques do cais para petiscar peixe frito, camarões
e lulas. Para fazer a digestão, visite a igrejinha de Nossa Senhora de
Sant'Ana e a antiga estação de trem, erguida no século 19 e que
virou centro cultural.
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Ao fundo Itacuruça |
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Ao fundo Itacuruça |
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Ao fundo Ilha Jardim |
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Praia do Bartel |
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Praia do Bartel |
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Ao fundo Maciço do Parque Estadual de Cunhambebe |
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Praia da Guarda |
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Praia da Guarda |
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Ao fundo Maciço do Parque Estadual de Cunhambebe |
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Ao fundo Praia Grande |
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Praia Grande |
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Praia da Fazenda |
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Praia da Fazenda |
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Praia da Fazenda |
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Praia da Viola |
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Prainha |
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Prainha |
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Ao fundo Prainha e Praia Grande |
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Ao fundo Ilha Grande |
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Praia da Boa Vista |
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Praia da Boa Vista |
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Praia da Boa Vista |
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Ilha Pestana de Siri |
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Ilha Pestana de Siri |
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Praia de Maria Russa |
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Praia de Maria Russa |
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Praia de Maria Russa |
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Praia de Maria Russa |
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Chegando a Águas Lindas |
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Águas Lindas |
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Águas Lindas |
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Águas Lindas |
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Águas Lindas |
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Águas Lindas |
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Águas Lindas |
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Atravessando o cume da ilha |
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Atravessando o cume da ilha |
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Atravessando o cume da ilha |
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Chegando a Praia de Gamboa |
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Chegando a Praia de Gamboa |