Amigos, ontem 10/09, realizei com meu filho, genro e amigos
uma caminhada a muito esperada. Trata-se da trilha que leva ao cume da Pedra do
Ponto, com quase 1000 m de altitude. Nascido em Campo Grande e criado em Bangu
na Zona Oeste do Rio de Janeiro, desde menino apreciava da janela de minha casa
aquela bela e gigantesca montanha, localizada no Maciço da Pedra Branca, que se
estende por vários bairros da região. Aos 12 anos juntamente com meus pais
cheguei ao cume pela primeira, e depois várias outra vezes também, sendo a
última aos 16 anos. Eu amante da natureza e
principalmente das montanhas, sempre sonhava subir novamente esta montanha,
porém sempre havia algum contratempo. Todavia realizei este sonho, após 48 anos
de espera. Qual a importância desta trilha pra mim? Além de ter sido a minha
primeira trilha, realizada ainda muito menino, ela também marca um dado
expressivo no decorrer desses meus 63 anos de vida, pois é a minha
quingentésima (500) trilha.
A Pedra do Ponto é normalmente confundida com a Pedra Branca
e isso provavelmente se deve ao fato dela ser pintada de branco, mas com
certeza, mesmo sendo um pouco mais baixa, a Pedra do Ponto possui uma vista
muito superior que a Pedra Branca, mesmo esta sendo o ponto culminante de toda
cidade do Rio de Janeiro.
Esta Pedra pode ser acessada por diversas trilhas, como as
que começam em Campo Grande e em Bangu ou acessá-lo por longas travessias, como
a que se inicia no Pau da Fome em Jacarepaguá e segue por dentro do parque por
quase 15 quilômetros até chegar em suas encostas já próximo ao cume, porém a
que proporciona uma caminhada mais bonita e prazerosa é com certeza a trilha
que que começa no Núcleo Piraquara do parque em Realengo.
Nosso grupo começou a
trilha no final da Rua Claudino Barata, fora da entrada do parque,
por volta das 9:30h e logo no início enfrentamos uma subida bem íngreme e
totalmente descampada, com um agravante, o astro-rei não dando trégua. Meia
hora depois atingimos as torres de energia elétrica que cortam praticamente
todo maciço e logo depois uma pedra conhecida como Morro da Bandeira, pois nela
há uma bandeira do Brasil que fica sempre tremulando. Desde ponto já é possível
vislumbrar o cume da Pedra do Ponto ainda bem longe e praticamente quase todos
os bairros compreendidos entre Deodoro e Campo Grande. Continuando a caminhada
chegamos a trilha que atualmente faz parte da Transcarioca, onde a esquerda leva
você novamente ao Núcleo Piraquara e a direita em direção ao cume da Pedra do
ponto. Lógico que seguimos a direita, trecho da trilha desprovida de vegetação
alta, praticamente só de capim colonião, e com muito sol na carcaça.
Prosseguindo
na trilha atravessando esse imenso descampado, sempre com a visão da Pedra do
Ponto, paramos num belo abrigo de pedra para descansar e lanchar e de onde era
possível ter uma visão de boa parte dos bairros da zona oeste no eixo Bangu x
Campo Grande, incluindo o maciço do Gericinó e da Serra do Mendanha localizado
praticamente bem de frente para a Serra do Bangu, na qual a trilha cruza. No
trecho final encontramos ainda belas formações rochosas de curiosos formatos e variados
tamanhos, além raras árvores que amenizavam nosso calor, devido a nossa intensa
exposição ao sol.
E após aproximadamente 2 km desde o início do descampado,
nosso grupo atingiu o cume da Pedra do Ponto. Apesar do cansaço e do forte
calor, todos comemoraram a conquista desta montanha pela primeira vez, exceto eu,
que comemorei mais que todos, mesmo tendo chegado ao topo desta montanha várias
vezes, só que desta vez estava completando minhas 500 trilhas e voltando quase
50 depois onde realizei minha primeira trilha. Curtimos muito o cume da Pedra
do Ponto, situado ao norte do Maciço da Pedra Branca, mais especificamente na
Serra do Bangu, da qual é ponto culminante. Do cume é possível visualizar boa
parte do parque, um pedaço do litoral da Barra da Tijuca, no extremo leste e o
final da Restinga da Marambaia, no outro extremo, além dos bairros de
Jacarepaguá, Realengo, Padre Miguel, Bangu, Campo Grande, Pedra de Guaratiba, entre
outros. São também avistadas as principais montanhas do parque, como a Pico da
Pedra Branca, Pedra do Quilombo, Pedra Grande e Morro do Lameirão, além do Pico
da Tijuca, Pedra da Gávea e outros no do Maciço da Tijuca. Em dias de céu de
brigadeiro, com boa visibilidade, também é possível ver também a Baía de
Guanabara e bem distante a silhueta do Dedo de Deus na Serra dos Órgãos entre
Teresópolis e Guapimirim.
Por volta das 13h30, o grupo resolveu retornar, entretanto, na
metade da trilha decidimos seguir um caminho alternativo pela mata fechada, que
termina dentro do parque. Encaramos quase 2 Km de uma descida bem acentuada,
dentro de uma bem preservada
Floresta remanescente de Mata Atlântica, até atingir uma pequena queda
de água e depois uma pequena estrada de paralelepípedo, passando por baixo do
aqueduto da Piraquara e chegar ao portão de entrada do parque, Núcleo Piraquara, final da Rua do Governo em
Realengo, onde terminou nossa aventura, uma caminhada marcante para
mim.
Como
Chegar
Núcleo
Piraquara: Chegando em Realengo o acesso é pela Praça Campo de Marte (Praça do
Canhão), seguir a Rua Bernado de Vasconcelos até entrar a esquerda na Rua do
Imperador, seguir na Rua do Imperador até fazer uma curva suave à esquerda para
acessar a Rua dos Limites e depois entrar a direita na Rua do Governo, segui-la
até o final até atingir o portão do Parque.
Núcleo
Pau da Fome: Pelo largo da Taquara, entrar na Estrada do Rio Grande
e seguir até o Largo da Capela, onde termina a Rio Grande. Entrar na Estrada do
Pau da Fome e seguir em frente uns dez minutos até a entrada da sede. Estrada
do Pau da Fome nº 4003.
Núcleo
Camorim: Vindo da Barra ou de Jacarepaguá, pela Estrada dos Bandeirantes, entrar
na Estrada do Camorim e seguir até o largo da Capela de São Gonçalo do
Amarante. Chegando na Capela, mantenha à esquerda e siga em frente até a
entrada da Subsede do Parque.
Quando Ir
Todas as estações são boas para caminhar até A Pedra do Ponto,
entretanto no verão as temperaturas podem chegar aos 40°C e as tempestades são
frequentes, principalmente no final da tarde. Nas demais estações a temperatura
é mais amena tornando o passeio mais agradável.