Em 2002 estávamos hospedados numa
casa em Garatucaia, e Herbert e Eu resolvemos pela quinta vez realizar uma
caminhada até a Praia da Sororoca em Angra dos Reis. Começamos a caminhada pela
areia da praia de Garatucaia e ao final da faixa de areia, subimos por uma trilha perto da Vila
dos Pescadores que dava acesso à Praia de Caetés, chegamos a estrada que à esquerda nos leva
a Praia de Caetés, seguimos a direita para a Praia da Sororoca. Após uma subida
suave de quase 1km nesta estrada, com belos visuais da Praia de Garatucaia, de Conceição
do Jacareí e bem ao fundo de uma grande serra que faz parte do Parque Estadual
de Cunhambebe,
além de outras seções da Serra do Mar, chegamos ao local que dá acesso a trilha, onde um muro de pedra com um
portão é a senha de entrada. O início da trilha é basicamente composto de
vegetação rasteira, e como o sol não nos deu moleza, apesar de estarmos
descendo em direção a praia, a situação só foi amenizada com o belo cenário
descortinado a nossa frente, que nos apresentava um mar azul e ao fundo grande
parte da Ilha Grande, realmente é para parar e refletir um pouco esse presente
da Mãe-Natureza. Continuamos descendo, entrando por um trecho de Mata Atlântica,
chegando logo a seguir na areia da praia. Notamos que esta pequena
praia com 150 metros com areia
fina e branca e água do mar cristalina como sempre é
totalmente envolvida em toda sua extensão por fragmentos da Mata Atlântica,
predominando em suas laterais belos costões rochosos, e que estava, ao contrário das vezes
anteriores sendo bastante freqüentada. Isso, aliado à beleza do lugar,
que nos brindava bem em frente com a Ilha Grande. Ela somente é alcançada por
trilha ou por via marítima, e justamente devido a essas atrações várias lanchas ali estavam fundeadas. Ou
seja, embora houvesse uma degradação evidente no local, o mesmo ainda guardava
um patrimônio ambiental e cênico considerável. Apesar da beleza do local
resolvemos fazer algo diferente, tentar chegar dali até a Praia de caetés.
Primeiro seguimos até onde foi possível pelo costão rochoso a beira-mar, tendo
sempre como companhia ao fundo a Ilha Grande. Não encontramos uma trilha definida,
em certo trecho, tivemos que abrir caminho na mata fechada, composta por muitos
espinheiros e enfrentar um sol escaldante, e depois de quase 40 minutos
chegamos a uma trilha em área aberta e 20 minutos depois estávamos totalmente
suados e arranhados no cais da praia de Caetés. Somente após um bom mergulho
naquela água refrescante e límpida, revigoramos nossas energias e retornamos a
Praia de Garatucaia.
Depois de muito tempo caminhando e explorando as montanhas que tanto admiro, e após muitas aventuras perambulando por este país gigante e também por outras partes do mundo, resolvi contar aqui as histórias e curiosidades das trilhas realizadas por mim até hoje. Descrevê-las pra mim é um grande prazer, pois além de recordar cada detalhe e sentir plenamente o contato mais íntimo com a Mãe Natureza, sinto novamente as mesmas sensações de quando as realizei pela primeira vez. Valdir Neves
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário