Em novembro de 1995, Eu e Herbert saímos de carro do Rio de Janeiro em direção à Petrópolis com a finalidade de conquistar o que é considerado o maior monolito do Brasil e um dos maiores do mundo, o Pico Maria Comprida com 1926 metros de altitude. Maria Comprida é uma das montanhas que mais chamam a atenção dos usuários das estradas que dão acesso a Petrópolis, não só por sua beleza, mas principalmente pela sua imponência entre outras que compõe uma bela cadeia de montanhas. Antes da entrada de Petrópolis encontramos com o restante do pessoal que formaria um grupo de dez pessoas. Então partimos em direção a Araras, distrito de Petrópolis, e de fácil acesso pela Br-040, com entrada na altura do km 65 na direção de Juiz de Fora – Rio de Janeiro. Araras oferece belas surpresas e delicadas descobertas. Emoldurada por uma paisagem exuberante, em que se destaca o Pico Maria Comprida, a região possui alternativas para quem procura recantos românticos, com excelentes pousadas e ótimas opções para uma boa comida, além de um ambiente natural preservado, aliados ao trato acolhedor de sua gente. Nada melhor que se hospedar e relaxar em pousadas cheias de charme e conforto, tomar um café da manhã delicioso com produtos da serra e depois sair para passeios e diversão. São opções de caminhada, rapel, escalada, cavalgada, banho de cachoeira, visita a fazendas históricas e de produção e a ateliês de arte e artesanato. Os restaurantes da região que fazem parte do Vale dos Gourmets de Petrópolis oferecem ambiente aconchegante e gastronomia diversificada de excelente qualidade. Maria Comprida é uma montanha clássica do montanhismo petropolitano, e o nível da caminhada é de semi-pesada a pesada, com desnível aproximado de 1.200 metros e com duração entre 2h30 min e 4h00 horas somente ida, dependendo da forma física de cada um e das condições do terreno. Em Araras deixamos os carros nas proximidades da entrada do sítio Capoeirão e seguimos até o final da estrada do mesmo nome onde existe uma placa de nome "Sitio João e Maria, caminhamos um pouco mais além até chegar realmente na entrada da trilha. Logo no começo da trilha pegamos uma subida que rapidamente foi se elevando, tornando-se uma enorme escadaria com pequenos lances em pedra e barrancos escorregadios. Continuamos sempre subindo, agora em terreno bastante encharcado e com muitas flores, se não me engano, orquídeas, até chegar a um local onde existe uma pedra que contornamos e pegamos a crista principal dos camelos. A subida dos camelos é uma parte linda da trilha, mas deve ser feita com muito cuidado, pois a inclinação da crista é bem íngreme até a chegada dos camelos. A parte final deste trekking tem trechos difíceis, onde é necessário fazer a chamada “escalaminhada” uma espécie de caminhada trepando em pedras, onde o uso de cordas é aconselhável. No camelo descemos à direita com ajuda de uma corda para pegar a segunda corcova do camelo. Seguindo a trilha pela segunda corcova chegamos a base da pedra, onde derivamos para a esquerda até a trilha começar a subir novamente e dar de encontro com um paredão onde existe uma canaleta. Para chegar ao cume é necessário subir esta canaleta, o que só é possível com o uso de corda. O guia foi na frente subindo sem o auxílio da corda para amarrá-la num grampo existente acima de uma pequena árvore. São aproximadamente 20 metros de escalada até o final da canaleta, com deslocamento de pequenas pedras e uma lama barrenta que constantemente caem sobre nossas cabeças. Para finalizar pegamos mais alguns pequenos lances de subidas e rampas inclinadas, para finalmente chegarmos ao topo. Chegamos ao cume totalmente sujos de lama, porém plenamente recompensados por mais essa conquista. Curtimos bastante aqueles inesquecíveis momentos que passamos lá em cima e sem dúvida nenhuma posso garantir que é uma das montanhas mais bonitas de toda região. A vista de 360º do cume é maravilhosa e podemos vislumbrar várias cadeias de montanhas em todos os ângulos, simplesmente divinal.
Lanchamos, descansamos, tiramos muitas fotos e depois de cerca de 1:30 min resolvemos descer. Na descida o cuidado deve ser redobrado devido aos escorregões. Normalmente o tempo de descida equivale ao da subida, e quase as escuras chegamos onde estavam nosso carros, e assim terminou mais uma bela aventura na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Dicas
1- Como Chegar: Proveniente da rodoviária de Petrópolis pegar o ônibus terminal Corrêas. No terminal pegar o ônibus para Araras, e pedir para descer na entrada do sítio Capoeirão. São 3 km de subida até onde existe um portão azul no final da estrada do Capoeirão.
2- O uso da trilha não está proibido mas quem quiser usa-la deverá entrar em contato com Sr. Jayme del Cueto, com antecedencia de no minimo 72 horas para que a passagem seja liberada, o contato pode ser pelo e-mail:jaymedelcueto@delcast.com.br. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou através do celular de número: (21) 9358-3919. A solicitação por email de constar: Nome completo, identidade, telefone e celular do guia responsável para contato durante a escalada e de todos os participantes para liberar a passagem pela Guarita do Condomínio Rock Valley; chegada à guarita do condomínio depois da 07.00hs e saída antes das 17.00hs, estacionar os veículos fora da propriedade, antes do portão do sitio. Em caso de chuva nas 72 horas que antecedam à caminhada esta autorização estará automaticamente cancelada.
3- Quando Ir: O inverno é a melhor estação do ano para se caminhar/escalar os morros de Petrópolis, principalmente nas de maior duração e/ou com pernoite, pois o tempo é bem mais estável. Nas demais estações é possível ir, mas esteja preparado para chuvas principalmente no final da tarde, no verão as temperaturas podem chegar perto dos 40°C.
4- Material Necessário: 2 cordas de 50 metros(uma para ser deixada na descida do camelo, e recolhida na volta, e outra para a subida da canaleta.
5-Cuidados: O grupo não deve ser de mais de 8 pessoas. A trilha requer cuidados em várias passagens.
6- Na ancoragem das cordas é necessário conhecimento técnico de escalada. Para muitos está caminhada só deve ser realizada com auxílio de uma pessoa com conhecimentos técnicos de escalada, para ajudar nos trechos mais expostos da trilha.
7- Não há pontos para coleta de água nesta caminhada. A trilha na floresta e perto do cume pode estar um pouco fechada.
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