Encontrei com o grupo no ponto marcado, metrô da estação Arcoverde, em Copacabana, com o objetivo de chegar ao topo do Morro da Babilônia, uma trilha considerada leve, com pouco mais de 2Km de extensão, que com a pacificação das comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia, a visitação tornou-se um passeio freqüente entre os amantes da natureza. Muitos amigos concentrados na praça e no horário combinado, iniciamos a subida da ladeira até a guarita do Exército. Por se tratar de uma área militar, é necessário apresentar documento de identidade para controle de entrada e saída de pessoa. Seguimos nossa caminhada por uma rua asfaltada onde existe algumas casas, provavelmente moradores antigos, acho que hoje não pode mais construir nada neste local. Nesse ponto já se tem uma bonita visão de todo bairro de Copacabana com o mar azul, o Arquipélago das Cagarras e o Forte de Copacabana; de pano de fundo, muita gente comemora a passagem do Ano Novo ali, por ser um lugar privilegiado para assistir a queima de fogos. No final desse caminho, existe uma guarita abandonada e o caminho passa a ser de terra. A trilha é muito bem sinalizada e partir deste ponto praticamente começa a Área de Proteção Ambiental do Leme, uma região que se estende pelos bairros da Urca, Botafogo e Leme, onde está inserido também as comunidades hoje pacificadas da Babilônia e Chapéu Mangueira. A área está sendo reflorestada desde 2001 e quase 200 mil mudas já foram plantadas no morro e grandes progressos já foram feitos no local que já exibe ao longo da trilha diversas espécies da Mata Atlântica entre as quais Pau Brasil, Jequitibá, Aroeira e outras nativas. Esse reflorestamento é um dos melhores trabalhos de preservação ambiental do Rio, pois o que antes era dominado pelo capim agora se transformou em uma bela trilha arborizada com espécies nativas da Mata Atlântica. A fauna também está presente na trilha através de borboletas, pássaros e do mico-estrela.
Continuando a
trilha, encontramos meio do caminho uma espécie
de casamata que era usada como ponto de observação pelo Exército na 2a Guerra
Mundial quando o Brasil foi ameaçado por ataques de submarinos nazistas. Mais a frente deparamos com um belo mirante,
denominado Rio Sul, por estar bem próximo a este edifício no bairro de
Botafogo, de onde observamos toda Baia de Botafogo, Cristo Redentor e no lado
oposto entre as matas a Praia de Copacabana.
No topo do Morro da Babilônia encontramos ruínas ainda mais antigas, provavelmente contemporâneas do Forte do Leme da época do Brasil colônia, que era uma área militar utilizada como ponto estratégico no controle da
entrada de embarcações na Baía de Guanabara. De seu cume vislumbramos um cenário de rara
beleza, além de permitir ver a Enseada de Botafogo de ângulos especiais, contemplamos o Cristo Redentor, a
Baía de Guanabara com a Ponte
Rio-Niterói, o Morro da Urca e o Pão de Açúcar e ainda bem ao fundo toda cadeia
de montanha da Serra dos Órgãos, destacando o Dedo de Deus, somente estes
visuais já honram o nome dado a este município, o de Cidade Maravilhosa.
Realizamos a
descida do Morro da Babilônia pela Ladeira Ary Barroso, no Leme. A ladeira, no
passado, já foi uma trilha que subia para uma das aldeias indígenas que
existiam na região. Infelizmente a beleza da natureza contrasta com a realidade
do local. Enquanto encontramos de um lado a paisagem natural com belíssimas
praias de um mar azul e morros com exuberante vegetação, do outro nos deparamos
com as necessidades de uma população carente de recursos que é sentida nas vielas, nas casas, na falta de serviços de saneamento básico, necessidades estas que não apagam a alegria dos moradores que tratam os visitantes com muito carinho e respeito.
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