Sob um céu extremamente azul nosso grupo saiu da rota tradicional de trekking para o acampamento base e seguiu na direção norte para o vale Thame, portão de entrada para o Tibet. Na saída de Namche encontramos várias stupas, rodas de oração, e pedras com textos sagrados entalhados, sempre passando ao lado direito, ou tocando com a mão direita estes símbolos do budismo. Realizamos parte da trilha em meio as florestas de coníferas e rododentros que completam o espetacular cenário deste trecho, onde vimos pela primeira vez o faisão real, ave símbolo do Nepal e paramos nas proximidades de um rio em Lawudo, outro local para abastecimento de água, onde o Manuel Morgado propôs ao grupo a saída da trilha normal mais longa, por uma mais curta em off road, com cerca 100m de um aclive bem mais acentuado, esta opção seria da responsabilidade de cada um para verificar o seu desempenho para executar um trecho maior no dia seguinte.
O grupo ficou dividido, porém todos chegaram praticamente juntos ao destino, ou seja, a um pequeno monastério situado a 3800 metros acima de Thamo, que fazia parte do nosso plano de aclimatação. Fomos carinhosamente recebidos pelos monges, inclusive Ani, única monja que reside neste lugar a mais de 20 anos, almoçamos batatas cozidas com manteiga, temperados com yerma, um tempero local. Logo após aprendemos mais a filosofia budista com uma meditação para o grupo, conduzida por um monge israelense que visitava o mosteiro. Passamos algumas horas de paz e harmonia neste tranqüilo refugio localizado bem no alto da montanha e cercado por elas, ainda mais contemplados com a hospitalidade dos monges que contagiaram a todos, com certeza saímos dali abençoados por eles e por Chomulongma, a Deusa Mãe da Terra, que nos protegeria até o fim de todo trekking. Seguimos em direção ao Lodge Maya no pequeno vilarejo de Thamo, passando antes no lindo Monastério de Thamo, totalizando aproximadamente 5 horas de caminhada. Apesar do dia ser cansativo, pois saímos de 3400m para 3800 e voltamos para 3400 metros, com muitas subidas e descidas, o dia foi recompensado com belas paisagens das Montanhas Thamserku, Conduri e Ama Dablan. Este processo de subir em um lugar com altitudes mais elevadas e dormir em regiões mais baixas no ar rarefeito é conhecido como “climb high-sleep dowm”, sendo muito utilizado nos acampamentos acima dos 4000 metros.
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