domingo, 14 de setembro de 2014

PICO DO PIÃO - IBITIPOCA / MG




Há muito tempo pretendíamos voltar a Conceição de Ibitipoca, para refazer a trilha da Janela do Céu e do Circuito das Águas, e fazer a trilha do Pico do Pião que não realizamos. Desta vez o grupo formado por Gabriel, Daniel, Diego, Thiago, Ismar, Herbert e eu, partiu sexta-feira à tarde em dois carros em direção ao Parque Estadual de Ibitipoca, localizado nos contrafortes da serra da Mantiqueira, entre o Rio de janeiro e Belo Horizonte, no Município de Lima Duarte.
Acordamos cedo e novamente nos dirigimos em direção ao parque para realizarmos os 11 Km (ida e volta) do Circuito da Serra do Pião. Neste dia o grupo estava completo, então fomos para o parque dividido em 2 grupos, por ter apenas um carro disponível. Enquanto aguardávamos o outro grupo na portaria do parque, fomos agraciados com a presença de um mono carvoeiro, o maior primata do Brasil, pulando de galho em galho, um colírio para nossos olhos. A caminhada começou efetivamente no Centro de Visitantes e após 2 km, passamos pela Gruta do Monjolinho, e 3 Km depois pela Gruta do Pião e logo a seguir a Gruta dos Viajantes. Quase 2 horas depois de caminhada, apesar de trechos bem íngremes, deixando algumas grutas para visitação no retorno, chegamos a 1720 metros de altitude, cume do Pico do Pião, segundo ponto mais alto do Parque, assim chamado porque, visto de longe, assemelha-se a um pião com a ponta virada para cima. No seu topo, encontram-se as ruínas da antiga Capela Senhor Bom Jesus da Serra, onde restam apenas o altar e o piso. Dizem que a primeira missa celebrada no Pico do Pião foi em 15 de Agosto de 1925, muito antes da construção da capela. Do topo temos uma visão de 360° e é possível ver a Serra da Mantiqueira, o vale do Rio do Salto, alguns morros com matas e aglomerados urbanos, de lá também se tem uma excelente visão do nascer do sol, uma vista que recompensa o esforço da subida.
No retorno paramos na Gruta dos Viajantes, a 1.653 m de altitude, que recebe este nome por ter servido de abrigo a muitos viajantes que passaram por Ibitipoca, onde uma escadaria de madeira nos leva a entrada que dá acesso a um grande salão com rochas de formas inusitadas, iluminadas pela luz solar. Esta gruta atravessa um paredão de 200m de um lado ao outro, possuindo dois portais. Seu corredor principal segue a beira de um filete de água, possuindo várias galerias laterais com túneis de variados tamanhos. (distância da portaria: 5100m). A vegetação no seu entorno é de mata úmida, com árvores de pequeno porte e exuberantes bromélias. Saímos desta caverna extasiados por ver tanta beleza. Posteriormente passamos pela Pequena, mas charmosa Gruta do Pião localizada num paredão cercado por capão de mata, seu corredor principal de teto baixo e piso plano chega a um salão que se ramifica em algumas pequenas galerias (distância da portaria: 4500m).
Continuando a descida, chegamos rapidamente a trilha principal, que dá acesso também a Janela do Céu e a Gruta do Monjolinho, e posteriormente a trilha que dá acesso a Ponte de Pedra, onde o grupo se dividiu, uma parte seguiu em direção a Cachoeira dos Macacos e outra para o Lago dos Espelhos, a pouco mais de 500m do estacionamento, onde todos se encontraram novamente para um relaxante banho nesse lago, em suas águas geladas, que não fica a dever em nada pela sua beleza. Por fim, a prainha, na entrada do parque, que é ideal para descansar depois de um dia intenso de aventura. Almoçamos no restaurante do parque.
Por falta de tempo não realizamos todos os 5 km do trajeto do circuito das águas, que é o circuito mais popular do parque por ser o mais curto e com muitas atrações. Durante o passeio é possível encontrar lagos, cachoeiras, grutas e outras formações rochosas. Como eu já disse anteriormente, o parque é muito bem sinalizado e esse passeio não tem necessidade de contratar um guia. Nesse circuito você ira conhecer o Lago dos Espelhos, Ducha, Lago Negro, Prainha das Elfas, Prainha, Gruta dos Gnomos, Lago das Miragens, Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos, Rio do Salto e a Gruta dos Coelhos, que é a atração mais próxima a entrada do parque. A Ponte de Pedra tem uma altura aproximada de 40 metros. O arco da ponte que foi formado a milhares de anos atrás, quando a correnteza era gigantesca e violenta.
Na vila não deixe de conhecer a Matriz Nossa Senhora da Conceição de Ibitipoca, que serve como marco na história do distrito. Provavelmente começou a ser construída em 1692, porém em sua fachada consta o ano de 1768, que podemos deduzir como a data da sua conclusão. E a Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída no início do século XIX pelos escravos negros, que eram impedidos de assistir às missas na Matriz.

Ver mais fotos, dicas e relatório na íntegra dessa expedição no site:http://toperambulando.com.br/





































sábado, 13 de setembro de 2014

JANELA DO CÉU - IBITIPOCA - MG

Há muito tempo pretendíamos voltar a Conceição de Ibitipoca, para refazer a trilha da Janela do Céu e do Circuito das Águas, e fazer a trilha do Pico do Pião que não realizamos. Desta vez o grupo formado por Gabriel, Daniel, Diego, Thiago, Ismar, Herbert e eu, partiu sexta-feira à tarde em dois carros em direção ao Parque Estadual de Ibitipoca, localizado nos contrafortes da serra da Mantiqueira, entre o Rio de janeiro e Belo Horizonte, no Município de Lima Duarte.
Manhã de sábado, após o café da manhã na pousada partimos para a nossa primeira trilha, a da Janela do Céu, é o trekking mais longo e puxado do parque, pois são aproximadamente 16km incluindo ida e volta. Só que andamos mais que isto, pois voltamos pela trilha que dá acesso ao Pico do Pião. Após os procedimentos para entrada no parque, caminhamos até o Centro de Visitantes, onde um funcionário nos orientou como deveríamos fazer o roteiro.
Retornamos em direção a entrada do parque e iniciamos a trilha, enfrentando logo de cara uma subida bem longa e cansativa, apesar de não ser muito íngreme, onde observamos funcionários do parque catalogando algumas espécias da flora local. Depois disso a trilha variou entre algumas subidas e descidas, até chegar, após 3,5 Km ao Pico do Cruzeiro a 1.600 m de altura, onde existe uma cruz de madeira, que teria sido instalada na década de 1940.
Antigo ponto de peregrinação, hoje um belo mirante, na data de 3 de maio, Dia de Santa Cruz, a comunidade se reúne no Cruzeiro para rezar “o terço cantado”. De lá, avistamos grande parte do Parque, o Pico da Lombada e o Pico do Pião. Logo à frente, visitamos a Gruta da Cruz escondida entre algumas árvores de pequeno porte, bromélias, samambaias e liquens do tipo “barba-de-velho”, dependurados nas ramificações e galhos, cuja entrada se encontra numa pequena depressão do terreno, com cavidade de 50 m e 15 m de desnível, que também merece uma visita. Uma grande clarabóia ilumina seu salão principal.
Dois quilômetros de subida íngreme após esta parada nos presentearam com o ponto mais alto do Parque. A 1784m estávamos no Pico da Lombada, com uma visão de 360° que abrange o Pico do Pião, propriedades rurais, vilas e cidades do entorno, e grande parte da Serra da Mantiqueira.
Prosseguindo na trilha encontramos muitas outras atrações e histórias. Como a bela Gruta dos Moreiras, a pequena Gruta dos Fugitivos que tem todo seu percurso iluminado naturalmente, e que era usada como esconderijo para os escravos que fugiam dos engenhos nos séculos passados e a Gruta dos 3 Arcos, que tem este nome devido à existência de três aberturas, que permitem a entrada de luz, dispensando assim o uso de lanterna. Deste ponto seguimos ao encontro do nosso objetivo neste dia, onde depois de aproximadamente 9km de caminhada com subidas, descidas, grutas, cachoeiras e paisagens totalmente diferentes e deslumbrantes, chegamos a atração mais procurada pelos visitantes, a que dá o nome ao circuito, a espetacular Janela do Céu.
A explicação é simples: uma abertura em forma de um pequeno arco sobre o leito do Rio Vermelho que despenca de um enorme paredão, proporcionando a visão do céu, dos vales e mares de montanhas. Essa abertura, formada pela vegetação, lembra uma janela. No lado esquerdo, há um mirante natural, de onde se avista um paredão na direção contrária e as quedas de uma cachoeira. Um dos pontos mais lindos que encontramos no Parque. Ali lanchamos e tomamos um banho revigorante nas águas límpidas e geladas das piscinas naturais.
Desse ponto, continuaríamos a trilha em direção a Cachoeirinha por dentro do rio, apreciando parte de um pequeno cânion, pois caminhar pela água seria mais emocionante e mais fresco do que andar pela trilha, até porque o astro-rei não dava trégua, porém nos alertaram que com mochilas e máquinas fotográficas seria muito difícil. Retornamos a trilha e seguimos até chegarmos na Cachoeirinha, que possui uma queda de 30 metros de altura, porém com um pequeno volume de água, devido a seca na região, ganhava um aspecto de chuveiro ao despencar do paredão, por causa do vento, desaguando em um diminuto poço la embaixo. Do topo da cachoeira, observamos os paredões em forma de cânions que o circundam, cobertos de vegetação. À margem esquerda, um banco de areia branca, que forma uma prainha. Por ultimo aproveitamos o mirante, o da Lagoa Seca, para sentir o ar puro, contemplar a bela paisagem no horizonte e continuar o retorno.
Depois de muitas subidas e descidas, passamos pela entrada da trilha que dá acesso ao Pico do Pião, pela Gruta do Monjolinho, pela entrada da ponte de pedra e lago dos Espelhos, Prainha, e finalmente o restaurante do parque, onde encontramos nosso amigo Ismar, que nos aguardava, pois estava tratando do reboque de seu carro, e que por este motivo na fez a trilha.
Depois de um dia como este, com quase 20 Km de trilha, saímos à noite para jantarmos na acolhedora vila, bebemos cervejas artesanais do local, curtimos uma boa música ao vivo e realizamos uma pequena caminhada ao luar para dormimos com as estrelas, pois estas pareciam estar a poucos metros de distância de nossos dedos, até porque no dia seguinte mais perambulada pelas trilhas.

Ver mais fotos, dicas e relatório na íntegra dessa expedição no site:http://toperambulando.com.br/