Apesar das muitas
atrações de Ibicoara, como o Buracão e a Cachoeira da Fumacinha, que estão fora
dos limites do Parque Nacional, criado por decreto em 1985 para proteger a
serra do Sincorá e seus arredores, porém inseridos na Chapada da Diamantina. Pernoitamos
na simpática Mucugê, fundada em 1844, uma cidadezinha charmosa, que assim como
Lençóis, tem o belo casario tombado pelo IPHAN, uma herança da colonial cidade,
q
ue foi o berço do garimpo, onde foram encontrados os primeiros diamantes da Chapada. Atualmente abriga o Projeto Sempre-Viva, de educação e preservação ambiental, abriga também o Museu Vivo do Garimpo, além do Cemitério Santa Izabel (conhecido como Cemitério Bizantino), construído em 1855, encravado no pé da serra do Cruzeiro e criado para evitar contaminações na cidade após um surto de cólera na região. É o único da América Latina em estilo bizantino, cujos jazigos brancos imitam o formato de pequenas igrejas. À noite esses túmulos de tão brancos que são, parecem que ficam iluminados.
ue foi o berço do garimpo, onde foram encontrados os primeiros diamantes da Chapada. Atualmente abriga o Projeto Sempre-Viva, de educação e preservação ambiental, abriga também o Museu Vivo do Garimpo, além do Cemitério Santa Izabel (conhecido como Cemitério Bizantino), construído em 1855, encravado no pé da serra do Cruzeiro e criado para evitar contaminações na cidade após um surto de cólera na região. É o único da América Latina em estilo bizantino, cujos jazigos brancos imitam o formato de pequenas igrejas. À noite esses túmulos de tão brancos que são, parecem que ficam iluminados.
No entorno da cidade,
existem outras atrações que podem ser visitadas, como a Cachoeira do Tiburtino
e da Piabinha. Estas atrações são bem procuradas
por quem se hospeda na cidade e valem uma visita.
Outra jóia da Chapada
é o aconchegante distrito de Igatu, pertencente a Andaraí. A antiga vila de
Xique-Xique de Igatu, apelidada de cidade das pedras, também fica perto de
Mucugê. Visitá-la é como fazer uma viagem no tempo, é chegar a um lugar onde
ele parece não passar. Hoje, com aproximadamente 500 habitantes, a cidade
sobrevive do turismo e beneficia-se das atrações que tem ao seu redor, como o
cânion do Rio Paraguaçu, do mirante da Rampa do Caim, de onde se vê o Vale do
Pati, e principalmente das ruínas das casas de pedra, ao lado da vila, que só
reforça a impressão de que o tempo não passa neste lugar. É mais uma herança do
ciclo do diamante, só que, neste caso, fruto de sua decadência, simbolizando a
debandada, no século XX, dos mesmos exploradores que, anos antes, chegaram
esperançosos à região e construíram casas com o material mais abundante que
havia, a pedra.
Acordamos cedo e partimos
de carro para a cidade de Ibicoara, a oitenta quilômetros ao sul de Mucugê, em
uma viagem de cerca de uma hora para fazer a trilha para chegar ao Buracão, a.
sensação do momento da Chapada. Desta vez, além de mim e do Herbert, que a 6
anos atrás tivemos o privilégio de realizar esta linda trilha pela primeira
vez, estávamos acompanhados do Fernando, do Diego, do Fabiano e a da Simone. Na
cidade de Ibicoara tivemos que contratar outro guia, além do Beto, pois a
entrada no Parque Municipal do Espalhado só é permitida com a presença de um
guia local. Depois seguimos direto mais 28km de
estrada de terra até um estacionamento, já dentro do parque, para iniciarmos a
trilha, passando antes por uma guarita, onde paga-se uma taxa de entrada.
Do estacionamento até
a Cachoeira do Buracão, são pouco mais de 6 Km, ida e volta, de uma caminhada
light e agradável, realizada em apenas uma hora, em terreno plano, quase sempre
acompanhando o leito do rio Espalhado. No percurso, além do Rio Espalhado,
encontramos uma vegetação típica do cerrado e de caatinga e contemplamos outros
belos cenários como um conjunto de pequenos saltos formados pelo rio.
Ao chegar ao destino
final o ideal é conhecer primeiro a cachoeira por baixo, mas é preciso descer
uma escadaria de madeira e pegar mais um trecho de trilha. Quase chegando a
majestosa cachoeira do Buracão, mais uma surpresa da natureza, a pequena cachoeira
do Recanto Verde que nasce no meio de um imenso paredão de pedra, sendo a porta
de entrada para o Buracão. Continuando chega-se a um cânion de três metros de
largura e 90 de altura, por onde corre um rio, que leva ao Buracão. Nesse
ponto, há duas opções, atravessar de
um lado para o outro do cânion, sobre uma estrutura de madeira em meio
aos paredões, além de caminhar agarrado às pedras ou a que o grupo optou, colocar
um colete salva-vidas e nadar até o Lago do Buracão.
Nadamos cerca de 100
metros nas águas escuras, mas não poluída do rio, até nos depararmos com a
linda queda da cachoeira. Esta é uma das experiências mais gratificantes, pois
nadamos por entre um cânion cavado pela cachoeira, avançando por um corredor de
rochas cobertas por musgo de coloração verde e amarela até onde está o poço do
Buracão, logo abaixo de uma queda d’água de aproximadamente
100 metros em forma circular. Logo depois enfrentamos mais um desafio nesta
grande aventura, nadar próximo à grande queda, e até entrar atrás da cortina de
água, para posteriormente mergulhar.
Após curtir muito a
cachoeira por baixo, voltamos a trilha, porém antes contemplamos o espetáculo
da parte de cima da cachoeira. Com muito cuidado chegamos, acompanhados pelo
nosso guia, a beira do imenso penhasco que dá o formato circular ao vale onde a
cachoeira se forma. Deste ponto tiramos muitas fotografias, observamos tudo de
outro ângulo e entendemos o porquê da cachoeira do Buracão ter esse nome.
Deixamos aquele lindo lugar fascinado com tudo que presenciamos, e com o
sentimento de gratidão e felicidade pela oportunidade de poder participar mais
uma vez dessa bela trilha. No caminho ainda curtimos alguns saltos formados
pelo rio.
DICAS
MUCUGÊ E IGATU
Localização: A 150 quilômetros de
Lençóis. Pegar a BR-242 sentido Salvador e virar à esquerda na BA-142, que passa
por Andaraí e pela entrada para Igatu antes de Mucugê. A estrada é a mesma que
leva a Ibicoara.
ONDE FICAR