quarta-feira, 30 de outubro de 2013

LUKLA / MONJO - TREKKING AO CAMPO BASE DO EVEREST NEPAL


Expedição ao Campo Base do Everest
Finalmente chegou o grande dia, após três dias em Katmandu, com todo material e equipamentos comprados e alugados, duffle bags de cada pessoa com peso inferior a 20 kg, e após um pequeno café da manhã no hotel, o grupo composto por 20 aventureiros (10 catarinenses, 6 paulistas, 2 gauchos e Eu e Herbert, cariocas) embarcou em um micro-ônibus até ao aeroporto doméstico de Kathmandu.
Só conseguimos voar depois das 10 h, devido às condições climáticas não se encontrarem propícias para um vôo seguro. Como cada avião bimotor só tinha capacidade para 15 passageiros o grupo foi dividido em dois e transportado até o Aeroporto Tenzing-Hillary em Lukla, que dizem ser o mais perigoso do mundo, pois possui uma pista muito curta, com cerca de 500 m e bem inclinada, esculpida na encosta a mais de 2800m de altitude
na região do Khumbu entre as montanhas do Himalaia. No momento da aterrissagem, muita adrenalina, pois os aviões que pousam não podem arremeter, devido as enormes montanhas a sua frente e os que decolam, não podem falhar devido ao imenso abismo existente logo após sua cabeceira. Qualquer falha, um abraço, hehehehe. Esta viagem dura cerca de 40 minutos, e é uma das rotas aéreas mais bonitas do mundo, e com toda certeza nossa aventura começou neste vôo, que ficou marcado para sempre em nossas lembranças, pois as tão sonhadas montanhas da cadeia do Himalaia com seus cumes cobertos por neve, estavam ali, bem aos nossos pés, erguendo-se a alturas que não supúnhamos que fossem possíveis. Todos ficaram extasiados com este cenário e ansiosos pelo que encontraríamos na trilha. Uma dica de quem vai de Kathmandu para Lukla é sentar do lado esquerdo do avião. No aeroporto de Lukla, o grupo reuniu-se no Himalaya Lodge
para um reforço no café da manhã, juntamente com o lemon tea, chá que praticamente beberíamos em todos os lodges onde parássemos. Novamente foi lembrado a importância da hidratação, consumo de cerca de 4 litros diários e os cuidados com a água, que para cada litro era necessário o uso de uma pastilha de iodo, esperando cerca de 1 hora para consumi-la. Retiramos alguns itens necessários dos duffle bags e nos dedicamos a filmar e fotografar a movimentação no aeroporto, atentos sempre aos pousos e decolagem dos aviões e helicópteros, até que todas as providências fossem resolvidas para o início da caminhada. Fomos apresentados aos sherpas e demais membros da equipe que por 16 dias nos acompanhariam durante todo o percurso. De posse dos equipamentos e mochila, enfim começou o nosso grande desafio, o trekking até ao acampamento Base do Everest. Apesar de um certo receio pelo desconhecido que vinha pela frente o sentimento predominante foi de felicidade por estar embarcando em uma experiência esperada com tanta ansiedade e intensidade a muito tempo.
Lukla é um ótimo ponto de partida, pois além de propiciar uma fantástica vista das cadeias montanhosas, permite um primeiro contato mais próximo com modo de vida local. Realizamos uma caminhada de quase 6 horas de duração até o vilarejo de Monjo, nosso objetivo do dia, onde pernoitamos à beira do Dudh Kosi, o Rio do Leite, no Mount Kailash Lodge, o primeiro dos muitos lodges que seriam nossas hospedagens no caminho até o Acampamento Base do Everest, um dos poucos com banheiro e chuveiro com água quente dentro do quarto. Esse foi um dia para começarmos a nos adaptar ao o ritmo da caminhada, não houve nenhum ganho de altitude, pois permanecemos a cerca de 2800 metros, porém descemos a 2500 m e subimos novamente a 2800. A trilha fez a gente esquecer rapidamente a agitação urbana de Kathmandu, e uma realidade nova aparecer a cada curva, Stupas, rodas de oração, paisagens montanhosas, travessias de pontes, caminhantes, carregadores e o dzo.(híbrido do iaque com o gado doméstico). Os iaques só veríamos em grandes altitudes.
Neste dia caminhamos aproximadamente 3 horas até Phakding (2.650 metros), onde paramos para almoçar rapidamente, a comida servida é padrão ao longo de toda a trilha. Macarrão, arroz, sopas, alguns legumes e chás e por sugestão do nosso guia a maioria escolheu um prato característico do Nepal: o Dal bhat, que inclui basicamente arroz, legumes e lentilhas, prato preferido do Herbert (Heberto para os sherpas). A partir desse momento, já com nosso nome em um caderno, o sherpa de nome Nhara, anotava o nosso pedido para a próxima refeição, agilizando assim todo processo. Seguimos logo depois para Monjo, pois a estratégia de prosseguir adiante teve grande ganho no dia seguinte, pois caminharíamos menos até Namche Bazar e ficaríamos com toda tarde praticamente livre. Nosso guia nos orientou como proceder com relação aos carregadores e animais com carregamento que encontraríamos na trilha, sempre dando preferência a eles e ficar sempre do lado da encosta e nunca das ribanceiras, pois havia relatos de acidentes por causa de um encontro. Vislumbramos a nossa primeira grande montanha, o monte Kumbila com seu cume totalmente nevado.
O grupo jantou no lodge e ouviu o briefing para o dia seguinte, onde fomos orientados sobre o que levar na mochila, cuidados sobre aclimatação e tudo sobre a regra dos horários: 6 – 7 – 8 (acordar as 6:00h, arrumar os duffle bags, colocando-os do lado de fora dos quartos para o transporte dos carregadores e realizar a higiene pessoal até as 7 e tomar café e sair até as 08:00h) que serviria para todos os lodges daqui pra frente. É interessante destacar que o único local com aquecimento em todos os lodges do trekking era justamente onde eram realizadas as refeições, através de uma estrutura de ferro, com chaminé que expelia a fumaça para fora do ambiente, onde eram queimadas lenhas ou fezes seca dos iaques nos lodges situados em grandes altitudes onde não havia lenha disponível.
Ver fotos, dicas e relatório na íntegra dessa aventura no sitehttp://toperambulando.com.br/












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