sexta-feira, 25 de setembro de 2009

IGATU E POÇO AZUL / CHAPADA DA DIAMANTINA - BA


Depois de uma noite bem dormida na agradável pousada Flor de Açucena, Eu e o Herbert saímos perambulando para conhecer a pitoresca vila de Igatu, cidade pré-colombiana, situada no mesmo paralelo de Machu Pichu. É uma cidade tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Distrito de Andaraí, distante 114Km de Lençóis. A vila que já teve por volta de 15 mil habitantes no auge do ciclo do diamante, hoje conta com menos de 500 e é uma verdadeira cidade de pedra. Acredita-se que Igatu ou Xique-xique (como era conhecida) foi descoberta por volta
de 1840, por garimpeiros e foram eles que fizeram as obras em pedra que encontramos por lá. Foi um século de exploração e riqueza e a decadência no século 20, quando a maioria das casas foi abandonada. Os próprios garimpeiros chegaram a destruir ruas inteiras em busca dos últimos diamantes o que deu início aos cerca de 7Km de ruínas que hoje podem ser visitadas, por este motivo muitos a chamam de cidade fantasma. Na saída de Igatu passamos por um caminho calçado de pedras que liga Andaraí a Igatu, que é considerada uma das trilhas mais bonitas da Serra do Sincorá. Passamos depois pelo centro do Município de Andaraí, com seu casario multicolorido e fomos direto para o Poço Azul no Município de Nova Redenção. A caverna tem formações rochosas de estalactites e estalagmites e, ao fundo possui um belíssimo poço de águas cristalinas. No período de abril a setembro, a posição do Sol com relação à Terra, faz com que a incidência dos raios solares que entram por uma abertura na gruta e provoquem nas águas do poço um belíssimo efeito, tornando as suas águas azuis num tom completamente transparente. É permitido o banho e flutuação. No Poço Azul encontram-se esqueletos completos de
preguiças gigantes, datados em 10 milhões de anos. Chegamos ao poço antes da hora pré-determinada em que os raios solares penetram em suas águas, mesmo neste momento é muito lindo. Caímos na água e o impressionante é que mesmo com uma profundidade entre 3 e 20 m a visibilidade é total e temperatura média da água de 20 graus, uma maravilha. Apesar de pouca vida da para ver pequenos camarões e o raro Bagre-Albino. Nadando da parte mais escura do poço em direção à entrada, a sensação que se tem é de estar em outra dimensão. Todos saíram da água à espera dos raios solares, e quando isso aconteceu o que se viu foi uma coisa simplesmente extraordinária, fachos de raios solares incidindo sobre a superfície aquática, refletindo sobre as rochas dando uma coloração de várias tonalidades no ambiente. Uma cena rara de se ver. A visibilidade ficou mais intensa ainda. Surreal. Após esse período, o banho foi liberado e a sensação que se tinha é de estar flutuando no espaço, e poder curtir essa experiência fantástica de nadar dentro do poço iluminado, realmente não tem preço. Ficamos sabendo depois que nos feriados e na alta temporada o 

tempo máximo para fazer a flutuação é de 15
minutos e que no dia 7 de setembro teve fila de até 3 horas para descer na gruta, com apenas 10 minutos de flutuação. E com certeza essas pessoas que esperaram esse tempo não saíram de lá deslumbrados como nós. Não tem palavras para descrever o Poço Azul, é preciso ir e sentir. Não apenas pela beleza do local, com suas águas cristalinas e poder fazer a flutuação sobre elas, o Poço Azul foi um dos lugares que mais nos surpreenderam durante a nossa estada na Chapada. Resultado, após esta experiência magnífica, ainda tivemos o prazer de almoçar ali uma deliciosa comida regional no restaurante da amável Dona Alice. Divino. Saímos daquele lugar mágico direto para Lençóis, para jantar e pernoitar. Despedimo-nos do nosso guia Edinho que nos aturou durante esse tempo em que estivemos na Chapada, e que por sinal foi muito solícito e sempre pronto a nos atender.






























































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