segunda-feira, 21 de setembro de 2015

RUINHA / CACHOEIRA DOS FUNIS - VALE DO PATI / Chapada da Diamantina /BA

Valdir no Vale do Pati


A travessia do Vale do Pati possui 3 vias de acesso para começo e término: Vale do Capão, povoado do Guiné e Andaraí, escolhemos iniciar por Guiné. Optamos por realizá-la em 5 dias, porém também pode ser
realizada em 3 ou 4 dias. Tem como principais atrativos o Gerais do Vieira, Rampa do “Quebra -bunda”, Gerais do Rio Preto, Mirante da Igrejinha, Morro do Castelo, Cachoeira dos Funis, Cachoeirão, Cachoeira do Calixto e Ladeira do Império, que serão visitados conforme a logística de cada passeio.
Pernoitamos na parte ocidental, bem no centro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no Povoado de Guiné, nosso ponto de partida, e pela manhã 2 carros 4X4 nos deixou no início da trilha. Logo de cara encaramos uma subida bem íngreme, conhecida como Rampa do Beco, caminho antigo usado pelos nativos do Vale do Pati desde a época do garimpo e que atualmente vem sendo muito utilizado por mulas para transporte de mercadorias para o interior do Vale do Pati, pois não existe acesso a carros.
Após vencer a subida do Morro do Beco, apreciando o lindo visual da Serra do Esbarrancado, e passar por onde a Coluna Prestes foi emboscada pela segunda vez, a paisagem muda, se caracterizando por extensa caminhada em área plana, com pequenas subidas e descidas e passagens por leito de rio, conhecida como Gerais do Rio Preto. Deste Gerais, juntamente com o Gerais do Vieira nascem alguns rios que formam, mais adiante, a principal bacia hidrográfica do Estado da Bahia: a bacia do Rio Paraguaçu que abastece a grande Salvador. Esta parte da travessia é na verdade um imenso campo de altitude com uma flora bem diversificada composta pela mistura do cerrado com a Mata Atlântica. Também observamos muitas montanhas ao redor, destacando-se o Morro do Castelo.
Caminhamos boa parte da trilha com o tempo nublado, mas sem chuva, porém a beleza do local e muitas fotografias amenizaram a travessia até a chegada ao mirante da Rampa, cartão de boas vindas ao Vale do Pati, de onde vislumbramos do alto, um belo cenário de todo conjunto de montanhas e do grande vale lá embaixo, realmente uma imagem de tirar o fôlego. Lanchamos ali, tiramos muitas fotos e após a contemplação deste lindo lugar, descemos sempre com muito cuidado o imenso paredão de rochas com mais de 500m com alta declividade, passando sobre rocha exposta na forma de degraus irregulares, ou por pedras soltas, ou ainda por escadas improvisadas, onde a adrenalina estava sempre presente.
Terminado este desafio, seguimos em direção ao local conhecido por Igrejinha, ou Ruinha, composta por uma hospedaria com característica bem simples que serve de ponto de apoio para os andarilhos do Vale do Pati e por uma pequena igreja católica, chamada de Nosso Senhor do Bonfim. Continuamos na trilha em
direção a Cachoeira dos Funis, caminhando, ora pela mata com a ajuda de galhos e cipós das árvores, ora pelo leito do rio Funil. Encontramos pequenas cascatas e duas outras cachoeiras que proporcionam banhos relaxantes; a cachoeira do Lajeado e uma outra chamada Altina, até a chegada a linda Cachoeira dos Funis, onde paramos para lanchar e se recuperar com aquele refrescante e relaxante banho.
Posteriormente caminhamos por aproximadamente 1 hora até a chegada a casa da Dona Lé para o nosso primeiro pernoite em casa de nativos. O projeto de usar a casa de moradores foi uma ideia genial, além de eliminar os acampamentos (onde a logística é bem mais complicada), ajudou muito esses locais que viram no turismo, uma grande fonte de renda para sua
família. A casa da dona Lê é bem simples, possui três quartos com camas para até 18 pessoas, ficamos em um com quatro beliches com direito a lençol, travesseiro e cobertores, pois a noite é bem fria. Os dois banheiros ficam do lado externo da casa, cada um com um vaso sanitário, uma pia e um chuveiro com água fria. A comida é uma história a parte, pra mim foram os cinco dias que comemos melhor em toda a chapada.
Depois do jantar fomos até o lado de fora da casa para apreciar um céu totalmente estrelado que não é visto nas grandes cidades. E como ninguém é de ferro, fomos dormir, pois no dia seguinte muita ralação nos esperava.
Trekking do Vale do Pati recebe todos os dias do ano aventureiros do mundo inteiro, que aportam neste paraíso atrás de desafios. Porém, para realizá-lo, é preciso muita disposição física e determinação, pois as trilhas são caracterizadas por longos trechos planos, mas com alguns de subidas e descidas íngremes e passagens por leitos de rios.
Nos sentimos pequenos diante de incríveis e belas paisagens que surgiam a cada momento diante de nossos olhos, como deslumbrantes e enormes montanhas, rios cristalinos e cachoeiras exuberantes que nos fizeram compreender e admirar a magnitude da natureza local. Percebemos a simplicidade da vida dos nativos moradores no Vale do Pati, que nos fizeram refletir sobre o verdadeiro significado do nosso modo de viver. Sentimos essa emoção e contemplamos as paisagens mais bonitas da Chapada Diamantina, pois as experiências vividas durante estes dias, foram únicas e com certeza não sairão de nossa memória por muito tempo.
Serra do Esbarrancado


Diego na Rampa do Beco


Grupo na Rampa do Beco


Rampa do Beco


Gerais do Rio Preto


Gerais do Rio Preto


Trupe no Rampão do Vale do Pati




Rampão do Vale do Pati


Fernando na Rampão do Vale do Pati


Simone na Rampão do Vale do Pati


Valdir na Rampão do Vale do Pati

Fabiano no Rampão ao fundo a Igrejinha


Diego no Rampão
Herbert descendo o Rampão


Galera descendo o Rampão




Caminhando sobre o leito do Rio Funil


Leito do Rio Funil


Cachoeira do Lajeado

Leito do Rio Funil



Cachoeira da Altina


Leito do Rio Funil


Cachoeira dos Funis


Cachoeira dos Funis


Atravessando o Rio do Funil


Rio do Funil


Casa do Dona Lé, ao fundo Morro do Castelo
Esperando o Jantar na casa da Dona Lé


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