sábado, 9 de novembro de 2013

LOBUCHE/ GORAK SHEP / KALA PATAR - NEPAL



Saímos um pouco mais tarde do lodge, as 9 horas, cruzando alguns glaciares e após 2 horas na trilha realizamos um pequeno desvio para ver o interessante laboratório Italiano-Nepalês, a Pyramid International Laboratory-Observator. Inaugurado em 1990, que realiza pesquisas sobre meio ambiente, geologia, clima e fisiologia humana. Toda a energia para funcionamento do laboratório provém dos painéis solares instalados na pirâmide e estruturas
adjacentes. Neste ponto, o Manoel Morgado sugeriu novamente fazer a divisão da galera, que faria a opção por uma trilha off road ou pela trilha normal. Todos optaram por motivo de cansaço pela trilha normal. Retornamos a trilha tradicional e seguimos ao lado do Khumbu Glacier e a cada curva deparávamos com uma visão maravilhosa. A única coisa que não vimos nesse trecho foi o Everest, que estava escondido atrás dos mais de 7000m do Lhotse e do Nuptse. Em determinado momento, a trilha passa por um trecho de sobe e desce constante, com muitas pedras empilhadas, parecendo uma pedreira, até que finalmente, após mais de 3 horas de caminhada chega-se ao Himalayan Gorak Shep, a última hospedagem disponível antes do Acampamento Base do Everest, este local já foi o acampamento-base das primeiras expedições, mas hoje serve de pernoite para quem vai ao campo-base atual, ou ao Kala Patthar. Passamos ali a noite mais alta de todo trekking, a 5140 metros de altitude. A ausência de vegetação nesta altitude dá nome ao lugar, Gorak Shep, que significa “ravinas mortas”, todavia o local é de uma beleza impar.
À tarde, após o almoço, descansamos um pouco e preparamos as roupas com casaco de pluma de ganso, fleece, anorak, gorro, buff, luvas grossas, além da mochila, e o que mais fosse necessário para encarar o frio na subida ao Kala Patthar. Novamente foram formados 3 grupos que saíram em horários com diferença de 30 minutos. A natureza continuava implacável, com muita neve e um frio insustentável, porém majestosa apresentando um magnífico e intenso céu azul. Subimos o Kala Patar, que significa Pedra Negra devido a sua cor, localizado na face sul do Pumori, a mais de 5600 metros de altitude para ver o pôr-do-sol. Este é considerado o melhor e mais próximo ponto de observação e de onde se obtêm a melhor visão de pôr-do-sol do imponente Everest na fronteira Nepal/Tibet. No exato momento em que a luz avermelhada do sol reflete no seu cume, em contrate com o azul escuro celestial do céu, temos a impressão do mesmo estar em chamas, simplesmente divinal.
A sensação é de que após 11 dias de caminhada, ao atingir nosso último objetivo e sermos recompensados por essa indescritível vista é emocionante, realmente não tem preço. Avistamos antes, a magnífica e assustadora cascata de gelo do Campo Base do Everest, mais parecendo um rio de 600 metros de altura formado por enormes blocos de gelo completamente instáveis pedindo para desabar a qualquer momento. Apesar da trilha possuir uma subida bastante gradual, ela é cansativa devido à altitude. Subimos sempre dosando o esforço físico com um ritmo mais lento das passadas e algumas paradas, e assim vencemos os eternos 400 metros de desnível. A taxa de oxigênio a esta altitude gira em torno de 50% e o frio a cada metro acima aumentava, deixando a temperatura cada vez mais insuportável, contando ainda com a ajuda do vento que batia na montanha, a sensação térmica apresentava-se bem abaixo de 20º negativos, ainda bem que estávamos na primavera, imagina como seria esta região em pleno inverno. Durante o tempo que permanecemos na montanha, bebemos o já tradicional, lemon tea, que os amigos sherpas levaram em uma garrafa térmica para amenizar o frio, porém apesar do cenário ser de contemplação e felicidade, não dava para ficar parado por muito tempo no mesmo lugar. Após as 18 horas iniciamos a descida, com todos utilizando lanternas na cabeça, quando em certo momento da descida com o grupo todo reunido, nosso guia pediu que desligássemos as lanternas, para um momento de meditação e contemplação da natureza, e foi apresentado a todos um céu salpicado por milhares de estrelas, juntamente com a nossa amiga e inseparável lua. Realmente foram instantes abençoados pelo criador. Chegamos ao lodge felizes por ter vencido um grande desafio e principalmente por ter vivenciado uma experiência única em nossas vidas.
Ver mais fotos, dicas e relatório na íntegra dessa expedição no site:http://toperambulando.com.br/





















  


  




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